Autores:
Marcelo Cozzensa da Silva
Anaclaudia Gastal Fassa
Neiva Cristina Jorge Valle
Publicado em:
Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20(2):377-385, mar-
abr, 2004
As dores lombares atingem níveis
epidêmicos na população em geral. Em alguma época da vida, entre 70 a 85% de
todas as pessoas sofrerão dor nas costas. Trata-se assim, de um problema de
saúde pública.
A ocorrência dessa dor de forma contínua e por longo período
de tempo, afeta muitos aspectos da vida, podendo levar a: distúrbios do sono,
depressão, irritabilidade, entre outros.
Entre as causas da dor lombar crônica, estão: doenças
inflamatórias, degenerativas e neoplásicas; defeitos congênitos; debilidade muscular,
predisposição reumática e degeneração da coluna ou discos intervertebrais.
Vários estudos epidemiológicos têm descrito o tema dor
lombar, porém poucos abordam a dor lombar crônica. Além disso, muitos artigos
se referem a grupos populacionais específicos (ex. trabalhadores). Assim, os
objetivos do presente estudo foram: determinar a prevalência de dor lombar
crônica em uma amostra de base populacional de adultos residentes na cidade de
Pelotas/RS e verificar a associação da dor lombar crônica com variáveis
demográficas, sócio-econômicas, comportamentais, ergonômicas e nutricionais.
Trata-se de um estudo transversal, com 3.182 indivíduos de
20 anos ou mais, residentes na zona urbana da cidade de Pelotas/RS.
A presença de dor lombar crônica foi estabelecida através
da positividade de dois critérios: (a) identificação da região lombar como
local da dor (em uma figura ilustrativa) e (b) presença desta dor por 7 semanas
ou mais.
Os resultados apontaram que prevalência de dor lombar
crônica na população foi de 4,2% e o tempo médio que a dor perdurou foi de 82,6
dias (dp=14,5 dias). A dor lombar crônica esteve associada com o sexo, idade,
situação conjugal, escolaridade, tabagismo, carregar pesos e movimentos
repetitivos.